01 de janeiro de 2012
Véspera do ano novo, e estava aqui na
fazenda da minha vó, sozinha e com um câncer que veio para acabar com os meus
planos futuro. Fazendo 3 dias que cheguei, e a cada dia que passo o que faço é
chorar, desde quando liguei para Luan terminando com ele sem ao menos explicar
nada não tive mais contato com ninguém.
Durante o voo percebi que me sentei ao
lado de uma fã do Luan, ela ouvia suas músicas, comentava com sua amiga sobre
ele e usava uma blusa de frio com o seu slogan. Quando me sentei ao seu lado
percebi que ela me encarava, mas me sentia tão mal que só sabia chorar, e
acabei adormecendo, acordando com a grossa voz do comandante avisando o pouso.
Ao chegar, pego rumo ao caminho a chácara
da vó, comemorando por dentro de ter ido com Luan na casa da minha mãe e achado
a chave, tirando uma cópia de todas e levando escondido para casa. O taxista me
deixou em frente ao portão, escutei um cachorro latindo e me lembro do “toby”
um labrador que minha avó tinha e que ainda estava forte e veio saltitando,
parecia que sorria ao me ver chegando.
Tudo estava como era antes, quase nada
se modificou, acho que só fui eu quem mudei, a diferença era que a casa não
estava mais cheia, que dessa vez eu chegava no portão, colocava minha mala no
chão e não fui recebida pela minha vó e sim pelo seu cachorro de estimação, que
eu havia lhe dado antes de ir embora.
Fui caminhando devagar, com um enorme
corte no coração, mas sem conseguir derramar nenhuma lagrima, afinal Toby não me
deivaxa chorar, toda hora pulando em mim, brincando comigo sem deixar a
tristeza consumir nos dós. Ao subir na pequena área em frente a casa com o piso
de madeira, coloquei minha mala sobre uma cadeira, os moveis tudo conservado, e
não havia poeira, minha mãe devia pagar alguém para alimentar toby e cuidar do
local. Peguei a chave dentro da minha bolsa, e a gira com calma, fui abrindo a
porta devagar, mas deixei a luz entrar primeiro, e ao ouvir o rugido da porta,
pude ver os moveis da minha avó do jeito que ela gostava, com a luz entrando
dentro de casa, podia ver os porta retratos da família, e a bíblia que minha vó
gostava muito de ler, aberto sobre uma mesa ao lado do sofá, entrei com o sol
iluminando meus passos,entrei em um lugar onde me traz tantas lembranças, onde
passei minha infância toda e sonhava com a vida. Entro no quarto de minha vó, e
vejo um retrata meu e dela na parede, meio amarelado pelo tempo e como em um
filme meu passado todo veio em minha mente.
Peguei minha mala, e joguei minhas
roupas encima da cama, queria ver bagunça, queria ver vida naquela casa, tento
ligar a luz, mas a cada estava sem energia, então fiz um brigadeiro de panela e
peguei aqueles velhos discos de vinil da minha avó, pegando o seu predileto, e
colocando no tocador de discos, enquanto me jogava no sofá e deixava as
lagrimas me consumir, adormecendo e sendo acordada pelo Toby.
Fui dormir cedo ao luz da lua com o
vento da natureza, ao acordar fui passear pela fazendo brincando do toby,
tentando me alegrar mas é como uma parte de mim morresse, não sentia vontade de
sorrir, não sentia vontade de viver, pensava em como seguir minha vida, em como
continuar, se ia seguir ou não meu tratamento, e resolvi deixar o câncer me
matar, quero ver a única pessoa que eu realmente amo feliz e sei que com a
minha presença ela não será, e depois de muito pensar decido partir ir viver ao
lado de minha avó, quem sabe assim Luan se case, tenha uma família e me esqueça
de vez.
Caminhando acho meu balanço e me sento
decidida em escrever no diário, quando escuto passos atrás de mim, viro assustada,
afinal não imaginava ninguém aqui, me surpreendendo ao ver meu amigo de infância
lá.
- Rogério? – falo indecisa.
- Não acredito, Sara? – ele fala vindo
me abraçar
- Quanto tempo! O que faz aqui?
- Vim olhar toby, e minha mãe pediu
para ver se estava tudo limpo.
- Ela quem cuida tudo daqui – penso alto
- Sim, e você o que faz aqui?
- Vim pensar um pouco.
- Mas logo no final do ano? Vai passar
o ano novo aqui?
- Sim
- Aconteceu alguma coisa?
- Não nada demais, só a vida me
surpreendendo.
- Ela nos dá uma rasteira mesmo, mas
todo tombo tem sua cama elástica, para que quando você caia ela te levanta e
mais alto ainda, espero que dê tudo certo. Só vim ver se estava tudo bem com
toby mas parece que sim, vou indo que a minha família me espera e.. feliz 2012!
- Obrigada – digo tímida.
Ao vê-lo partindo, entro dentro de
casa e me surpreendo ao ver a bagunça que Toby me, pulando encima do sofá e
mordendo tudo um travesseiro, que havia trago de casa, brinco com ela e vou
arrumar a bagunça, terminando tarde, e aproveitando o restinho de tarde para poder
ir passear.
Coloco Toby na coleira e entro mata a
dentro, indo rumo a um pequeno riacho lá perto e me sentando na beira, enquanto
fazia carinho nele.
- Você ta tão grandão garoto – falava passando
a mão nele – ta velho mas sua alegria permanece a mesma, como você faz para ser
assim? Sabe descobri que tenho câncer e que não posso ter filhos, estou
acabada, e não querendo ver o homem da minha vida sofrer, liguei para ele e
terminei com ele – toby me encara, como se estivesse escutando o que dizia, e
depois volta olhar de frente ao riacho – você deve está se perguntando porque
né? Porque ele sempre teve planos de ter filhos, planos para ter uma família e
eu na posso dar isso para ele, me doeu tanto ter terminado com ele, mas eu
sinto algo tão estranho sabe, o que eu sinto por ele é mais que amor e eu não
sei decifrar em palavras o que é.
- Que tal dizer: te vivo – escuto uma
voz perto de mim, me assusto e ao ver comprovo minha decisão, ao ouvir a voz
reconheci ela me lembrando de Luan e me surpreendendo ao vê-lo parado na minha
frente com os olhos inchados como se estivesse chorado e tido noites mal
dormidas, assim que olho para ele, ele sorri, surpresa, me perguntando como ele
me achou aqui e indignada pela sua teimosia –Um sentimento que diz muito mais
que amor, no qual uma pessoa quer cuidar a outra, pois ela vive sua amada, ela
quer vê-la feliz, para poder ficar feliz e quando sabe que a outra está doente,
ela se sente doente por dentro e sente que precisa muito mais que amor para
poder curá-la e mesmo assim ter sempre ao seu lado – ele se aproxima de mim,
sem palavras apenas o encarava – eu te vivo minha pequena, e por mais que você
teima dizendo que você não me faz bem, sem ter você ao meu lado, te ver triste
e precisando de ajuda acaba comigo.
- Como você me achou aqui?- só consigo
pronunciar isso, achei que fui bruta demais, só que as palavras foram em vão.
- Assim que você me ligou entrei em
desespero, queria saber porque, o que aconteceu, tentei te ligar, mas não tinha
retorno, então liguei para Giovanna.
- E ela te contou tudo?
- Não, eu falei a ela o que aconteceu,
e ela entrou em desespero falando que precisava de mim lá, era urgente mesmo,
estava no Rio de Janeiro, imediatamente peguei meu jatinho e fui em direção a
seu apartamento, e ela me mostrou os seus exames, na hora eu entendi tudo mas fingi que não acreditava, liguei para sua médica pegando o número em um cartão que estava sobre a mesa, e ela me confirmou o que tinha medo,
estava sem rumo, sem saber o que fazer, então não sei porque entrei em meu
twitter e vi uma fã falando que te viu no avião rumo a Natal e mais um monte de
perguntas, se estávamos ou não namorando.
- E na hora você lembrou da fazenda da
minha vó?
- Sim, liguei para sua mãe e pedi o
endereço, ao chegar aqui te procurei e cheguei aqui sendo guiado pela sua voz.
- Luan eu ... – começo a chorar, me
sinto fraca então Luan corre e me segura antes que eu caia
- Não diga nada, eu estou aqui – ele fala
me abraçando
- Mas é ano novo, você tem que passar
com sua família.
- Minha família é você – ele me abraça
mais forte – e eu prometo que vou estar ao seu lado.
- Eu não quero fazer essa cirurgia.
- Mas você não tem que querer, é pelo
seu bem, e se não quiser fazer por você faça por mim.
- Mas e nossa família? Você sonha
tanto em ter filhos..
- Podemos adotar, quantas crianças
estão precisando de amor, carinho dos pais?
Não falo mais nada, apenas o abraço
forte e Luan me beija como se fosse nossa primeira vez, depois brincou com Taby
e voltamos para casa ao anoitecer. Percebi sua mala sobre o sofá ao entrar
dentro de casa e imagino como ele deve ter feito, como ele deve ter ficado,
tomamos um banho e ri muito ao escutar Luan cantando alto e gritando durante o
banho por causa da água fria, preparei para nós uma macarronada e depois de
comermos nos sentamos na cadeira de balanço e ficamos conversando, Luan me
motivando e pedindo para jamais desistir.
- Amor, que horas são?
- Onze e cinqüenta
- Quase meia noite – falo olhando para
a lua
- E iremos começar juntos o ano novo,
e com vida completamente nova – ele beija minha mão – se eu cantar uma música
em inglês você me entenderia?
- Sim – falo olhando para ele, que
coloca apenas o playback da musica em seu celular e começa a me encarar, ele
canta olhando em meus olhos a música I Don't Want To
Miss A Thing (I Don't Want To Miss A Thing (legendado) - YouTube) e choro ao ouvir a letra e ao ele terminar vindo me beijando.
-
Sempre estarei ao seu lado, quero cuidar de você, e quero começar o ano de 2012
fazendo essa promessa – ele se ajoelha na minha frente – eu prometo te amar, te
respeitar, cuidar de você e entender o que passa contigo, prometo estar sempre
ao seu lado, na saúde ou na doença, e que não deixarei o ciúmes nos separar, eu
te amo Sara, eu te vivo minha pequena – ele me beija e olho em seu relógio era
exatamente meia noite.
Luan soube de tudo e eles voltaram!
É o amor (88'
E agora como será daqui pra frente?
Como as fãs do Luan saberão do namoro?
Como a familia dela saberá da doença?
E como ela vai reagir após a cirurgia?
Posto logo, comentem por favor.
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Fiquem com Deus ;* Kellyane
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